O jogo mais pirateado da história

Spore é um jogo fantástico, certamente. É criativo, inteligente, inovador de muitos modos, mas sofre também de um mal necessário da indústria: a necessidade de ativação via internet. Mais do que isso, a Electronic Arts instituiu uma trava de instalação que só permite ao usuário instalar o jogo três mixurucas vezes.



Esse tipo de restrição não passou impune pelos jogadores, segundo o site da revista Forbes.

Durante o fim de semana, o grupo de pesquisa Big Champagne publicou que Spore, com seu cadeado do tamanho de um tijolo, está bem a caminho de ser o jogo mais pirateado de toda a história. Com mais de 171 mil pontos de download em uma semana de publicação, as transmissões via BitTorrent já ultrapassam qualquer marca estabelecida anteriormente na indústria, e não parecem estar esfriando. "Os números são extraordinários. (...) Este é um nível altíssimo de atividade de torrents, até mesmo para um jogo imensamente popular", disse o presidente do grupo, Eric Garland.

A onda de pirateamento está aparentemente ligada à trava estabelecida pela EA. "Ao fazer o download deste torrent, você está fazendo a coisa certa", escreveu um usuário do site The Pirate Bay. "Você está fazendo a EA saber que as pessoas não aceitarão os seus ridículos vírus de DRM [licenciamento de jogos]", ele completa. Na mesma página, outro usuário concorda, sem medir palavras: "Você tem a força para tornar este o jogo mais pirateado de toda a história, para dar um soco virtual na cara desses filhos-**-****".

Ironicamente, o argumento mais utilizado pelos pirateiros é que, ao quebrar a trava do jogo, Spore se tornou um produto melhor para quem não comprou do que para quem foi às lojas. A comparação dominante é a de que, considerando os fatos, os 60 dólares (ou R$ 140,00) pagos por Spore seriam nada mais do que o preço do aluguel do jogo. "Quando eu pago por algo, eu quero possuir aquilo, e não alugar, para deixar a EA decidir quando eu não serei mais permitido jogar", concluiu outro usuário do Pirate Bay.

A Electronic Arts já se manifestou sobre o assunto: não vai mover um dedo. A empresa disse à Forbes que é simplesmente injusto tirar o direito de instalar softwares de vigilância no PC dos usuários, e que pretende fazer o mesmo com Command & Conquer: Red Alert 3. Certamente, é uma atitude corajosa da empresa, mas uma pergunta acaba pairando no ar: analisando os prejuízos, será que compensa acorrentar quem comprou a versão original?