Uma profecia e especulações sobre o novo técnico da seleção
por Chado12h19
Dunga não será mais técnico da seleção brasileira. Hoje, amanhã, depois de 7 de setembro, quando der na veneta de Ricardo Teixeira, quando ele bater com as 10... Algum dia, afinal, Dunga deixará o comando do escrete canarinho e outro brasileiro deverá assumir a batuta.
Ao que tudo indica, conforme as previsões dos melhores informados, isso deve acontecer mesmo após as duas próximas rodadas das eliminatórias sul-americanas para a Copa 2010 (a África do Sul, não se esqueçam, é logo ali) caso o time confirme seu desempenho dos últimos jogos e leve uma naba do Chile, no primeiro jogo.
Se ganhar, Dunga vai ficando. Afinal, em time que está ganhando não se mexe.
Mas (aqui vai a PROFECIA) Dunga não vai ganhar. Não vai porque insiste com um time que não joga bem. O meio de campo é lento e pouco criativo e o ataque, agora ainda “reforçado” com Ronaldinho, não é efetivo. Deve haver uma melhora nas laterais, especialmente pelo lado esquerdo, com Juan (se jogar com Kleber tem que ir direto pro Bom Retiro). Mas duvido sinceramente que esse time consiga jogar bem. Provável escalação: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Juan do Flamengo (time brasileiro com dois Juan, hmmmm); Gilberto Silva, Josué, Anderson e Ronaldinho; Robinho (Diego) e Luís Fabiano.
Então, com a iminência da partida do arrepiado, vamos nós especular sobre alguns prováveis (outros nem tanto) nomes que poderiam tomar posse do cargo e se tornar o próximo inimigo público número 1:
Luxerley Wanderburgo: É, pelo CURRÍCULO e pelo NETWORKING, o mais provável substituto. Antes mesmo de ser técnico pela primeira vez, em 1998, já dizia querer ser o técnico de 2010. Também, dizem, tem a simpatia do patrão. Mas duas coisas pesam contra o beleza: o insucesso de sua primeira passagem à frente do selecionado e os problemas terceiros que teimam em rondar sua carreira (que, na verdade, foi o que determinou sua saída em 2000). Em tese, a idéia de comandar uma seleção de alto nível como a do Brasil cairia como uma luva no perfil do técnico, mas sua temporada no Real Madrid (à época uma espécie de seleção mundial, também) também não foi das melhores, o que nos deixa com uma pulga atrás da orelha. Não somos simpáticos, também, à idéia de concatenar o trabalho na seleção e em clube, haja vista que foi exatamente o que aconteceu há dez anos, e o resultado, na ocasião, não foi legal.
Zico: O Galinho de Quintino tem um FUTURO PROMISSOR como D.T., mas o que ele mais deseja, supõe-se, seria assumir um clube europeu de ponta. Como as vagas desta categoria estão preenchidas, fala-se no nome de Arthur Antunes Coimbra para o cargo de treinador do time nacional. A favor: a simpatia da torcida brasileira e as cores do país, sua disponibilidade, sua necessidade de mostrar serviço e seu pequeno histórico bem sucedido frente ao Fenerbahçe. Mas é só. Contra: não é dos mais experientes, não é muito chegado de Ricardão Teixeira, pegaria uma batata quente que tem altas chances de queimar suas mãos. Esse parece não ser o melhor momento para Zico se tornar técnico do Brasil. Mas é uma (boa) opção.
Dr. Muricy Ramalho: O característico BOM-HUMOR do atual treinador do SPFW só deve piorar caso seja ele a envergar a jaquela amarelinha. Não há técnico do Brasil que não tenha sido devidamente xingado, execrado, seviciado, difamado e sepultado pelo público, de Telê Santana a Feola. Não seria diferente com o Muricy. E acho, sinceramente, que o treinador brasileiro precisa ter muito jogo-de-cintura para suportar a pressão e os 190 milhões de outros técnicos, e o atual técnico do São Paulo não parece o melhor candidato para suportar essa situação. Se fizessem uma DINÂMICA DE GRUPO para escolher o novo colaborador da CBF, Muricy seria eliminado na primeira etapa. Mas tem o desejo de crescer na vida e acaba parecendo uma boa opção para o caso de Ricardo Teixeira não querer dar uma segunda chance a Luxemburgo, por qualquer motivo que seja. Corre por fora, mas no pelotão da frente.
Paulo Autuori: É o queridinho da imprensa-de-espírito-crítico. Ganhou o mundial com o São Paulo e sumiu do mapa do futebol de primeiro nível. Já foi sondado por Inter, Santos e outros times de ponta, mas continua escondido nem sei no Oriente Médio, no Japão ou na Casa do C*. Dizem que é inteligente, esclarecido, estudado, boa praça. Um PARTIDÃO, enfim. Mas, até onde eu me lembre, nos tempos de Botafogo ele era tido como uma espécie de SUCESSOR do LAZARONI. E alguém que simplesmente LEMBRE o ex-treinador do Paraná Clube (e da seleção) já é motivo de desconfiança. Ao mesmo tempo, Autuori tem um quê de salvador de pátria, mais ou menos o que foi Felipão em 2001.
Abelão Braga: Os colorados AMAM, por motivos óbvios, o ex-zagueiro, atual treinador do Al-guma Coisa. Os coxas também. E os atleticanos, os paranistas e os ponte-pretanos. Mas pelos motivos errados. Abel é um bom técnico, mas seria, tal qual Emerson Leão em 2001, fritado depois de quatro partidas marroumenos. Assumir a seleção agora, no calor do desespero, é para poucos. E não escrevo isso questionando a qualidade de Abel como treinador. Mas ele não é nenhuma UNANIMIDADE e, se um dia chegar ao posto de comandante do Brasil, o melhor seria que pegasse a seleção com tempo para planejar e formar uma comissão técnica de confiança. Deve ficar para especulações futuras, quando será um nome passado entre os da nova geração (você sabe, aquele pessoal da turma do Caio Júnior).
Felipão: Nem vou perder tempo falando das características do BIGODE. Melhor simplesmente dizer que as chances são nulas devido sua importância no futebol mundial e o novo cargo no Chelsea.
Guus Hiddink: Hahaha, você deve estar pensando. E com razão. Não há qualquer possibilidade de um técnico estrangeiro assumir a seleção brasileira, afinal, “somos muito melhores nisso do que os outros”. Mas, se o mundo fosse um lugar DECENTE, o Brasil seria treinado pelo Ganso e jamais perderíamos de 3 a 0 para a Argentina novamente. Depois de tudo o que ele fez com Coréia, Austrália e Rússia, fico imaginando como seria ele treinando uma seleção de qualidade (já houve a Holanda em 98, sim). Queria ver os boleiros precisando MOSTRAR SERVIÇO para envergar a amarelinha e um PADRÃO TÁTICO de verdade na seleção. Sonhar não custa nada, né? Mas esqueça. Vamos nos ater à realidade dos fatos.
BEM, AMIGOS. Seja qual for a decisão de Teixeirão, uma coisa é certa: não será fácil levar o Brasil às cabeças em 2010. A geração não é das mais fortes e o pior: há uma notável falta de comprometimento de alguns jogadores. Renovação? Dunga assumiu com esse discurso. Foi mais ou menos bem, no começo, com Elano e Dudu Cearense. Depois sucumbiu com a idéia fixa de que a vitória contra a Argentina na malograda Copa América seria paradigmática. Houve um cinco a zero contra o Equador no Maracanã e foi só. Agora, está em vias de pegar o boné. Próximo, por favor!